Novo projeto de barreira na Terceira Ponte é apresentado na Assembleia

A Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado estadual Marcelo Santos, recebeu mais um projeto de construção de uma barreira inibidora na Terceira Ponte. A apresentação foi feita pelo seu idealizador, o arquiteto Carlos Eduardo Calmon, durante sessão ordinária do colegiado, realizada na manhã desta segunda-feira (5).

Para Marcelo Santos, está é a melhor proposta apresentada até o momento. “Eu acredito que este é o melhor projeto apresentando, até hoje, como inibidor de suicídio na Terceira Ponte. Ele é bom, bonito, barato e seguro. Nesse momento em que a população clama para que sejam instaladas proteções como essas e de formas mais veloz, acho que esse projeto é o que melhor nos atenderia”, avaliou o parlamentar.

Antes de apresentar seu projeto, o arquiteto destacou que conversou com profissionais de diferentes áreas, como psicólogo, engenheiro e representante do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo e destacou que a ideia foi baseada no projeto da ponte Golden Gate, em São Francisco, nos Estados Unidos. “Buscamos exemplos ao redor do mundo A ponte se torna palco para casos de suicídio por ser um ícone, um cartão-postal do Espírito Santo. Por isso, nossa proposta custaria cerca de um terço do valor em debate hoje pelo  governo, de simples instalação e de efeito imediato”, disse Calmon.

A solução que vem sendo estudada pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Espírito Santo (Arsp) e pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado (DER-ES) junto com a Rodosol é a implantação de hastes metálicas na vertical, dando sustentação a cabos de aço dispostos verticalmente na lateral da ponte. A estrutura teria na parte superior o ângulo côncavo, voltado para dentro da ponte, de forma a evitar até mesmo a escalada de pessoas que acaso insistam em atentar contra a vida no local. Essa proposta estaria em finalização de estudos técnicos e financeiros e deverá ter o custo de cerca de R$ 15 milhões. Dessa forma, pela proposta apresentada na reunião da Comissão, a implementação desta nova solução duraria cerca de dois meses e custaria cerca de R$5 milhões.

Calmon explicou que seriam instalados postes de sustentação em aço inox no guarda-carros a cada seis ou sete metros e uma rede em nylon, com ponteiras inibidoras, o que reduz custo, o impacto visual e o peso do material utilizado.

Para o diretor-geral da Arsp, Antônio Júlio Castiglioni Neto, a opção é viável e será levada para o debate na Agência. “A Agência está aberta ao diálogo por ser um tema sensível e, por estamos passando por um período de transição, estamos tomando cuidado para não parecer oportunismo de nossa parte fazer este debate agora”, disse Castiglioni.

Ele informou que a Arsp realizou uma consulta pública sobre o tema e recebeu 39 sugestões. A que vem sendo considerada pelo Governo propõe a instalação de uma estrutura semelhante a uma “gaiola”, também por baixo da estrutura da ponte, custando cerca de três vezes mais que a rede de nylon. Essa proposta já foi pré-selecionada e, segundo Castiglioni, se não houver uma solução melhor até o final deste mês, o Estado abrirá processo licitatório para a instalação da estrutura de proteção.

Para Geraldo Dadalto, diretor-presidente da concessionária Rodosol, é preciso ter paciência para decidir o melhor sistema de prevenção ao suicídio e elogiou a iniciativa da Comissão de promover este debate.  Ainda para Dadalto, a decisão de qual é a melhor proposta tem de ser avalizada pelo Corpo de Bombeiros.

POLUIÇÃO
uma das propostas apresentadas para a Agência Reguladora durante a consulta pública foi rechaçada pela equipe devido aos impactos recebidos por agentes poluidores. “Uma das propostas teve que ser descartada por conta do impacto do pó preto que atingiria sua estrutura em acrílico, causando danos estruturais e visuais numa possível instalação de uma barreira translúcida a um custo bem baixo”, lembrou Castiglioni durante sua fala na sessão desta segunda.

Por conta deste impacto, o deputado Marcelo Santos reiterou o pedido que já fez à ONG Espírito Santo em Ação. “Já oficiamos a ES em Ação para que as empresas que atuam no Complexo de Tubarão participem deste processo. Apesar de contribuírem muito para a composição do PIB capixaba e para a geração de emprego e renda, essas empresas possuem um passivo ambiental muito grande, e causam um impacto negativo na saúde da população da Grande Vitória. Além disso, impediu o Estado de utilizar uma possível solução para este caso na Terceira Ponte devido a uma manutenção ser mais cara por conta das partículas de minério, ou seja, o pó preto. É uma excelente oportunidade dessas indústrias demonstrarem sua preocupação com nosso Estado”, comentou Marcelo Santos.

O deputado destaca também que irá levar o projeto para o governador eleito, Renato Casagrande. “Estamos perto do início de um novo governo e precisamos colocar o governador e sua equipe a par deste projeto que é o melhor que vi até aqui.”

Marcelo Santos também parabenizou o colega Euclério Sampaio pela luta para instalação das barreiras na ponte.